Crítica: O Último Mestre do Ar

O Último Mestre Do Ar (The Last Airbender)

A nação do fogo começa a dominar o mundo com a expansão de seu território, todos os lugares que ela passa só deixa rastro de destruição. Agora, a última esperança da humanidade reside em um garoto chamado Aang, o Avatar, mas o problema é que ele desapareceu por cem anos e só agora retorna para ajudar um povo já sem esperança.

O filme é belo, todos os efeitos visuais são ótimos e claro o destaque para o “climax” do filme.

M. Night Shyamalan foi um diretor de sucesso, seus três primeiros filmes foram ótimos, porém de lá para cá parece que o diretor entrou em decadência.

Talvez o que provocou isso, foi a escolha do elenco. Shyamalan selecionou  atores muito desconhecidos para viverem a história de Aang (o bochechudo e não muito convincente Noah Ringer). A exceção fica por conta do indiano milionário Dev Patel (praticamente, o único ator que presta nessa coisa). Com esses atores em início de carreira, já era de se esperar que as atuações seriam bem ruins.

O roteiro do filme simplesmente condensou a primeira temporada de Avatar, que possui 20 episódios, em um filme de 100 minutos. A história inteira é corrida, tudo é contado forma tão despreparada com uma torrente de informações para o espectador entrar no clima do filme, coisa que é praticamente impossível. Eu assisti todos os 61 episódios do desenho e não consegui entender direito a história de tão rápida e a maneira como ela é contada.

Katara vai narrando a história do filme de tempos em tempos para que o público possa se situar em que lugar do mundo eles estão e o que ocorreu num determinado período de tempo. O roteiro, além de ser confuso, não consegue ser o mínimo engraçado: transforma a primeira temporada da série, que é extremamente cômica, em uma coisa sombria acompanhando Aang no caminho de sua redenção. O filme impõe ao público as relações de Aang com seus amigos como se fosse amizade à primeira vista, coisa que o desenho não faz. A amizade deles vai se desenvolvendo ao decorrer da série, ficando difícil de acreditar no sentimento apresentado no filme.

O efeito 3D do filme é mínimo. E em 3D, o que é bem visível, é a logomarca da Paramount invadindo seus olhos. Se você ainda estiver convencido que o filme é bom, faça um favor ao seu bolso e assista a versão convencional, o arrependimento será menor.

O som do filme também é muito bom, o som das dobras de ar, água e terra ficaram perfeitos, só exageraram muito na sonoplastia da dobra de fogo que é muito barulhenta.

Este filme não foi feito para crianças, não foi feito para uma audiência mais adulta, não foi feito para os fãs da série, não foi feito para mim e também não foi feito para você. Ele, simplesmente, foi feito para o nada.

É melhor Shyamalan juntar suas rédeas novamente, porque este filme é o ápice da decadência progressiva de seus trabalhos. Nem Fim do Tempos consegue ser tão ruim como o Último Mestre do Ar. Quase nada no filme funciona, nem mesmo a ação das batalhas empolgam chegando até a serem maçantes. Ah, sim, os efeitos técnicos salvam o filme.

Se você quiser conferir esta pérola, espere sair em DVD porque o ingresso está ficando muito caro (mais caro ainda agora com essa piada de três dimensões que está por aí agora). Além de sair mais barato, você pode mudar o filme se acabar se cansando dele.

NOTA: 2.0/5.0

Confira o trailer aqui:


Publicado em Críticas por Matheus Fragata. Marque Link Permanente.

Sobre Matheus Fragata

Formado em cinema pela UFSCar. Jornalista especializado em Entretenimento. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas. Tenho sonhos em 4K, coloridos e em preto e branco.

4 respostas em “Crítica: O Último Mestre do Ar

  1. Noah pode ser um ator razoavél mais interpretou muito bem as cenas de luta .Harry Potter também não era lá grande coisa no começo e depois os atores foi melhorando a interpretação e os efeitos do filme também .Quem sabe o segundo eles estão melhores se é que vai ter continuação.

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